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O que são esses seres que aparecem na praia?

28/01/2018 17:24

Por Camila Ranzatto Dogo

 

    Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, o número de turistas nas praias aumenta muito e é comum esses turistas encontrarem seres como esse da foto. Mas, afinal, o que são esses seres?

    Segundo o Prof. Dr. André C. Morandini, do Instituto de Biociências da USP, esse ser é um cnidário, ou seja, faz parte do grupo de animais ao qual pertencem as águas-vivas (medusas), anêmonas e corais. Na verdade, o que está na foto é o que restou de uma medusa da espécie Rachostoma atlantica (Filo Cnidaria, Classe Hydrozoa). O que vemos é a mesogléia dela, uma espécie de "gelatina" que esses animais possuem, conforme mostrado  no esquema abaixo.

 

Esquema das estruturas de uma medusa, mostrando a mesogléia. (Fonte: https://sobiologia.com.br)

Imagem da hidromedusa da espécie Rachostoma atlantica (Filo Cnidaria, Classe Hydrozoa), a mesma encontrada na Praia Grande, em São Sebastião, e que ilustra o início desse artigo. (Fonte: https://cifonauta.cebimar.usp.br)

 

    "As camadas celulares dos cnidários são muito delicadas e finas e com o contato com a areia se desgastam rapidamente.", afirma o professor, mas foi possível identificá-la por conta dessas "pequenas verrugas", que são características dessa espécie (Rachostoma atlantica).

 

 

    Fotos com esses animais apareceram com certa frequência nas redes sociais, onde foi fácil encontrar postagens questionando se seriam de fato águas-vivas e por que não "queimavam" ao serem pegas. Em casos assim, como o das fotos acima, "o animal já está morto e não causa nenhum perigo ao toque. Se estivesse com os tecidos e tentáculos, poderia causar alguma irritação séria pelos contatos."

    Importante destacar que as lesões causadas por águas-vivas não são queimaduras, mas irritações ou envenenamentos que ocorrem devido à liberação de toxinas presentes em pequenas estruturas localizadas nos tentáculos desses animais. Por isso, ao vê-los, o ideial é não mexer e, em caso de acidentes, é indicado fazer compressas com água do mar gelada, que exerce um efeito analgésico, ou lavar com vinagre e, se necessário, procurar auxílio médico. Não é indicado usar água doce, pois pode intensificar a dor e a lesão.

    Para mais informações sobre o que fazer em casos de acidentes com águas-vivas, clique aqui.

 

    Fontes: Dr. André C. Morandini (Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, USP); O Globo; Cifonauta - CEBIMAR

 

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